Wolf gesticulou para Ampaz que virou cuidadosamente a caixa e observou. Gesticulou para o irmão e todos ficaram em silêncio. - Quem trouxe a caixa? perguntou Wolf. Fui eu - disse Maneca aproximando-se do ferreiro - Trouxe de St. John's. Meu amigo Marconi me disse que seria importante trazer uma para cá para ver se funcionava. Mostrei ao Sr. Sazarg que ficou com ela, explicou o marinheiro, sem querer entrar nos detalhes da negociação financeira. - Ele disse que se chamava... bem não me lembro direito o nome, mas disse que falava e podíamos escutar as pessoas a grandes distâncias.
Wolf explicou em gestos para Ampaz o que o homem havia dito e o irmão lhe sorriu, concordando com a cabeça. Gesticulou várias vezes de volta. Quando acabou, todos voltaram os olhos com expectativa para Wolf que disse: "Rádio". Isto se chama "Rádio". E voltando-se para o grupo explicou que o irmão Ampaz já havia lido nos livros de patentes e inventos que recebia de quando em quando de Bucaneiros, sobre a evolução do telégrafo e do coesor. - Marconi estava testando uma forma de propagar a voz e pelo visto, conseguiu, disse Wolf. Ampaz sorria satisfeito olhando a caixa e seu interior. Virou o botão e enquanto todos ouviam ruídos e uma voz com bastante interferência, ele sentia a vibração das ondas sonoras. Com uma pontinha de tristeza desejou poder ouvir novamente e escutar o rádio.
- Consegue deixar o som melhor, Wolf? perguntou o Taverneiro. - Não há algo que Ampaz não consiga melhorar - disse Sitans comendo um torresmo. - Mas ele não escuta...- falou baixinho Petit e já levando um cutucão da mãe e um olhar de secar pimenteira de sua tia Clara.