
D. Dulcce temperava cuidadosamente o licor de café. Era uma antiga receita que faria de bombons. Não era facil encontar bom café em Dark, mas o Sr. Salvador Creolo sempre trazia o melhor dos torrados para D. Dulcce. Muita gentileza Sr. Salvador, agradecia a doceira dando em troca ao velho marinheiro uma lata com biscoitos de amêndoas. O Sr. Sarzag está? O Maneca queria mostar a ele uma coisa que seu amigo Marconi de St. Johns construiu. Sarzag saiu de dentro da doceria com as orelhas em pé. Uma coisa? para mim? As senhoras de Dark diziam que o Sr. Sarzag tinha ouvido de Tuberculoso. Ouvia um leve espeirro a quilômetros de distância e muitas vezes respondia "Obrigado" quando elas cochichavam o quanto ele era elegante e distinto, deixando todas ruborizadas.
Maneca entrou em seguida, tirando a boina e mostrando a brilhante careca. Veja sr. Sarzag, meu amigo Marconi disse que podemos ouvir vozes vindas de longe dentro dessa caixa. Vozes? Vindas de longe? Almas? Perguntou o curioso marido de Dulcce. Não senhor, explicou Maneca. Daqui podemos ouvir meu amigo Marconi, lá de St. Johns, disse o marinheiro. Mas St. John está a dois dias de navio daqui Sr. Maneca! Sim, sim! venha ver. Escute. Cuidadosamente virou o pequeno botão e logo um chiado foi ouvido. Podia escutar-se um homem que relatava as atividades do prefeito Egorjeen, da Ilha de Bucaneiros. Incrível... Balbuciou, ainda incrédulo o Sr. Sarzag. Tem certeza que não são almas, querido? Perguntou D. Dulcce? Só se o prefeito morreu, querida! Retrucou o homem. "Pela Hóstia Consagrada" disse e se benzeu a doceira. O que mais faltam inventar??? Sr. Maneca, ficarei com o invento e foi fazer os acertos da compra, com a certeza que estava diante de um grande e revolucionário invento.
que ouvia o relato de braços cruzados: "Lago Ness" ou "Barba Azul"? "Lago Ness" respondeu inclinando levemente a cabeça. -Venha, Clara já mandou o pão, disse o Taverneiro. Assim que acabar, respondeu Ryal que ouvia a historia pela milésima vez, mas mesmo assim, não se cansava.Os quatro amigos entram pela porta da Taverna as gargalhas. Sempre alegres, riam de tudo, ou quase tudo. Petit! Gritou Maneca, cada dia maior! Garotinho, garotinho, você tá cada dia mais gordo, riu Ryal. Trouxe Xarope de Guaco, disse Carlos colocando o vidro amarelo em cima do Balcão. Onde está Malvino, perguntou Salvador? Trouxe café para o Louro. Malvino logo se aprumou: Biscoito! Biscoito! O Taverneiro riu. Os amigos sempre faziam grande festa e barulho. Logo, logo a Taverna estaria cheia para ouvir as histórias de piratas e aventuras do mar que Salvador contaria. Muitas repetidas, é verdade, mas não fazia diferença.


A Taverna do Corsário é um pequeno comércio rústico. Encontra-se bebidas, comidas ( das mais variadas), apetrechos de pesca e tabaco para cachimbo.

