Apagou os lampiões e colocou a velha lata na beira da calha, para aproveitar a fina garoa e dormir com o tamborilar da água caindo.
Já estava na cama quando ouviu baterem a porta. Na verdade não era um bater, estava mais para um arranhão. Gambás, pensou rindo. Desta vez fechei a porta, eles não vão levar o charque. Virou-se para o lado e os arranhões continuavam. Vão embora, amanhã D. Julia vai separar os restos de afogadinho para vocês. Mas, o visitante insistiu e achando que podia ser Marvin que havia ficado para fora da casa de Petit Enfant, o Taverneiro colocou os tamancos e foi conferir
quem estava na porta. Acendeu o lampião e pela bimbinela iluminou a entrada da Taverna. Marvin? Chamou. Mas o que viu a porta foi um largo sorriso, seguido de vários espirros. Pretinha!!! Disse o Taverneiro, apressando-se em abrir a porta! Como você chegou aqui? A cadela logo pulou no Taverneiro, lanhando seu braço. Pretinha sabia sorrir. Tinha herdado isto de sua avó, uma cadelinha que o Taverneiro criou em Bucaneiros, muitos anos antes de ter a Taverna em Dark. Pretinha estava muito eufória, a viagem de Bucaneiros até Dark havia sido longa e ela estava feliz em ver seu velho amigo. Pretinha morava em Bucaneiros com sr. Delegado, mas saudade do amigo a fez ir em busca dele em Dark.
O Taverneiro logo foi atrás de uma vasilha e água para sua amiga. Ela comeu e depois de satisfeita foi pegar os tamancos do Taverneiro. Sim, sim, hora de dormir, vamos!
Subiram a escada e quando se deitou o Taverneiro lembrou que não havia trancado a porta. Olhou para Pretinha e nem se deu o trabalho de levantar novamente. A sua velha amiga não ia deixar nenhum Gambá passar por ali.
Nenhum comentário:
Postar um comentário