A Taverna do Corsário é um pequeno estabelecimento e grande ponto de encontro. Esta localizada no final da Praia da Rama, na Baía de Dark - um Vilarejo, situado entre as Ilhas do Farol e Bucaneiros, com pequeno número de almas vivas, porém com grande número de fantasmas. Em Dark, após o último lampião apagar, os moradores juram que em noite de grande bruma salina, navios piratas-fantasmas são avistados na baía entoando a mesma canção: “Sete piratas sobre um caixão e uma garrafa de rum, rô,rô,rô,rô!!!!”

domingo, 8 de novembro de 2009

A chegada da companheira

O Taverneiro conferiu o último cadeado da Taverna. Portas fechadas. Na verdade as portas trancadas eram para resguardar a Taverna de gambás e bichos peçonhentos do que de intrusos ou visitantes indesejados. Em Dark muitos dormiam com as portas destrancadas e a lareira acesa, um hábito cultivado pela comunidade onde todos se conheciam. O Taverneiro deixou a bimbinela aberta. Não gosto de cheiro de casa fechada, Malvino. Disse para o papagaio. O Louro se arrepiou e concordou. Que fedor! Que fedor! E foi se ajeitar no poleiro, perto da lareira.
Apagou os lampiões e colocou a velha lata na beira da calha, para aproveitar a fina garoa e dormir com o tamborilar da água caindo.
Já estava na cama quando ouviu baterem a porta. Na verdade não era um bater, estava mais para um arranhão. Gambás, pensou rindo. Desta vez fechei a porta, eles não vão levar o charque. Virou-se para o lado e os arranhões continuavam. Vão embora, amanhã D. Julia vai separar os restos de afogadinho para vocês. Mas, o visitante insistiu e achando que podia ser Marvin que havia ficado para fora da casa de Petit Enfant, o Taverneiro colocou os tamancos e foi conferir
quem estava na porta. Acendeu o lampião e pela bimbinela iluminou a entrada da Taverna. Marvin? Chamou. Mas o que viu a porta foi um largo sorriso, seguido de vários espirros. Pretinha!!! Disse o Taverneiro, apressando-se em abrir a porta! Como você chegou aqui? A cadela logo pulou no Taverneiro, lanhando seu braço. Pretinha sabia sorrir. Tinha herdado isto de sua avó, uma cadelinha que o Taverneiro criou em Bucaneiros, muitos anos antes de ter a Taverna em Dark. Pretinha estava muito eufória, a viagem de Bucaneiros até Dark havia sido longa e ela estava feliz em ver seu velho amigo. Pretinha morava em Bucaneiros com sr. Delegado, mas saudade do amigo a fez ir em busca dele em Dark.
O Taverneiro logo foi atrás de uma vasilha e água para sua amiga. Ela comeu e depois de satisfeita foi pegar os tamancos do Taverneiro. Sim, sim, hora de dormir, vamos!
Subiram a escada e quando se deitou o Taverneiro lembrou que não havia trancado a porta. Olhou para Pretinha e nem se deu o trabalho de levantar novamente. A sua velha amiga não ia deixar nenhum Gambá passar por ali.

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