A Taverna do Corsário é um pequeno estabelecimento e grande ponto de encontro. Esta localizada no final da Praia da Rama, na Baía de Dark - um Vilarejo, situado entre as Ilhas do Farol e Bucaneiros, com pequeno número de almas vivas, porém com grande número de fantasmas. Em Dark, após o último lampião apagar, os moradores juram que em noite de grande bruma salina, navios piratas-fantasmas são avistados na baía entoando a mesma canção: “Sete piratas sobre um caixão e uma garrafa de rum, rô,rô,rô,rô!!!!”

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Eu não gosto de dorrrrrmir



O Taverneiro virou-se para o lado. Nem bem havia ajeitado a barba no travesseiro, ouviu a porta bater. Virou-se e Pretinha estava de pé, na porta do quarto. Olhou para ela, pois parecia ansiosa, mas não do jeito que ficava quando ia atrás de gambás e ratazanas. Que foi Preta? E ela ficou nas duas patas e arranhou o outro braço. Começou a pular e saiu escada abaixo.
O taverneiro acendeu o candeal. Foi atrás. Não havia chegado embaixo ainda quando ouviu as panelas caírem na cozinha. Malvino começou a gritar. Não gosto de dorrrmir! Não gosto de dorrrmir!!! Desceu rápido. Ao chegar na cozinha o caos absoluto. As panelas de D. Julia estavam no chão. Na porta Pretinha observava e no meio da cozinha, atracada com um pedaço de pão, Ruça. O Taverneiro sentiu uma pontinha de remorso. Era lógico que se a Pretinha havia conseguido chegar em Dark, sua irmã e companheira de todas as horas, Ruça não ficaria para trás. Estavam sempre juntas. Brigavam e Brincavam. Juntas, sempre juntas. Um preta e outra amarela. O Taverneiro lembrou o dia que nasceram... que confusão. Olhou para a cadela que estava com as patas na frente do focinho, fazendo graça, como se estivesse envergonhada. Ruça, que bagunça!!!
Ria o Taverneiro. D. Julia não vai gostar nada, nada disso. A cadela de pelo pardo ao ouvir a voz do velho capitão ficou tão feliz pulava e mordia o amigo e ameaçou fazer xixi de alegria. Na cozinha não Ruça! Na cozinha não! Vamos lá fora. E, com pedaços de pão na mão, sentou-se com as duas amigas na soleira da Taverna. Não tinha mais sono e tratou logo de dividir o pão entre as duas. Olhou para Malvino que com a cabeça embaixo da asa dormia um sono profundo.

Nenhum comentário: